A palavra que escolhi para este encontro foi madrugada. Podemos enfeitar a palavra madrugada com os mais diversos adjectivos: clara, morna, breve; mas poderá ser sombria, gélida, longa, em particular quando nos é penosa. Para «madrugada» não preciso, agora, de adjectivos. Pronuncio, apenas, lentamente, as suas sílabas e acho-lhes um sabor novo, fresco, uma música ritmada, com sons abertos. Repito «madrugada» e julgo que poderá haver uma balada por escrever…
Madrugada é uma ponte entre a noite que finda e o dia que se instala, o tempo exacto que as estrelas levam a apagar o seu próprio brilho. Noite e dia, trevas e luz, talvez ferissem o nosso olhar e o nosso sentir, não fora o trabalho da madrugada que, em passos miúdos, cria os meios tons, o ambiente adequado para que o mundo acorde para a vida.
Maria Amélia de Vasconcelos
Excerto do texto publicado no jornal interno da S.C.da M.do Cartaxo.
Maria Amélia de Vasconcelos
Excerto do texto publicado no jornal interno da S.C.da M.do Cartaxo.
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