Pôr-do-Sol |
Há um barco de luz
ancorado no poente
as velas altas flamasconsumidas e libertas
arco-íris cálido ventre.
A forma da asa incerta
contornada de carmim
pena a pena desenhada
na claridade fundente
cetim de colcha bordada
enlace de céu e mar.
Amar aquele momento
pelo que é e há-de ser
o findar e o recomeço
o dia mais ausente
a noite nacarada concha
onde se espera adormecer.
É o instante sem igual
de romper as veias sem temor
caldeando o sangue e o sal
o suor e o pensamento
amassar a flor do alimento
e sorver de um hausto só
o espírito de um licor.
Maria Amélia de Vasconcelos
Parabéns pelo blog.
ResponderEliminarGostei muito do poema.
Um beijinho,
Ana P.