28 março 2015

AZULEJOS

Barro roubado à terra
seu mais-que-profundo lar
de onde o arrancou
aquela mão ancestral
que primeiro o moldou.

Em exercício de geometria
rigor de linhas
absoluta regularidade
vibra um canto de alegria
nos volumes da cidade.

As faces e as arestas
e a exata cor
que o pintor escolheu
acrescentada pela cor
que o fogo depois lhes deu.

Azulejos reservas de luz
contidos lado a lado
entre nexos e reflexos
parábola material
de um ideal
da humanidade.

Maria Amélia de Vasconcelos
4-02-2015

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