30 setembro 2010

INTIMIDADE

Sílaba átona
calada no final da rima
a conta que não conta
na vibração do som.

O silêncio pardo
sem urgência
a saída veludosa
a cor pastel
o sabor do mel
em lábios de cardo.

Opaca e diluída
na atonia de ser assim
penumbra de quase dia
candeia do orvalho.

A sílaba átona
é a pele do poema
o cair do pano
no final da cena.

Com ela me confirmo
dela me revisto
poeira fina
dos meus dias.

Maria Amélia de Vasconcelos

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